Ana e Hipócrates
A menina chorava na porta de um banco, em meio a confusão da rotina, das ruas sulistas do Rio de Janeiro. Seu estômago queimava, e corroía seu dia. Ela apenas queria uma bolacha, ou um chocolate para aplacar a fome que sentia há dois dias. Ela implorava ao público, que frequentava aquela Casa do dinheiro, mas todos diziam: Não.
Ana desmaiou, em frente a um médico que tinha ido rapidamente resolver com o gerente assuntos a respeito de umas aplicações. Ele estava apressado, e esqueceu de Hipócrates. A menina morreu, e ele saiu dali radiante, afinal já tinha seu primeiro milhão. Estava tão feliz que não viu a motocicleta de um entregador que o atropelou na primeira esquina. Ele levantou-se e seguiu adiante encontrando a menina de novo. Ela sorriu e disse: - Me ajude! e ele retrucou : - Estou com pressa, ela então balbuciou: - Sou eu que te levarei ao Purgatório...não quero chegar atrasada no Céu.