deriva

Estava velho, sozinho. Sentia-se à deriva num pequeno barco, vulnerável a qualquer força do oceano. Pegou um papel e um lápis e tentou palavras para a última poesia. Só lágrimas lhe saíram. Guardou o papel, o lápis e a vontade. Engoliu seco as palavras. Deitou-se calmamente e ficou à espera da tempestade e do naufrágio.

Osvaldo Júnior
Enviado por Osvaldo Júnior em 05/05/2024
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