A mulher algemada - cenas cotidianas 4 ( micro conto )
Os policiais conseguiram com facilidade conter a mulher e colocaram as algemas nela. Ela não resistiu.
Do corpo do homem caído no chão escorria um filhete de sangue que descia pela calçada.
Havia um tumulto de gente que paravam, curiosos , para olhar o acontecido.
Os bombeiros já tinham chegado. E era a hora de levá-la presa.
Ninguém percebeu que a mulher tinha aparecido na rua e enfiando uma faca bem no peito do cidadão que , surpreso, com os olhos arregalados deslizou para o chão. Não houve barulho, briga ou grito.
Ela ficou ali parada vendo ele morrer.
Já algemada, um policial percebeu que ela chorava baixinho e que começou a tremer. Ele se aproximou dela solidário, tinha que ter um motivo para o assassinato. Ela apenas deixou seus olhos penetrantes encontrar os do policial e dizer :
- Eu o amava .