O escritor estava sem inspiração alguma no verão passado. O calor intenso obrigava sua mente, numa tentativa de arrefecer, a trabalhar menos.
Mas tinha que terminar aquele conto que insistia em povoar sua mente.
Foi quando, sentado sobre uma árvore com um livro de Cortazar nas mãos percebeu as folhas amareladas ao seu redor. Elas, as folhas, estavam em seus último suspiros. E percebeu também que um vento mais fresco entrava por seu nariz.
Ele pegou papel e caneta e começou a alinhavar uma história, expulsando uma ou outra folha que o vento deixava cair, sorrateiramente pelo papel também amarelado.
Terminado a história, livre do calor do verão, ele outonou-se .E a história brotou da sua mente em folhas caídas pelo chão.