O assassinato.
A rua estava deserta, girei a chave, depois de examinar bem todo o redor, e entrei. Encontrei um desejado silêncio, apesar de perturbador; sinal que a coisa seria fácil, de surpresa. É péssimo quando nos veem logo de cara, sempre soltam um grito e preciso tomar atitude imediata, geralmente barulhenta, mas, quando não percebem a chegada, dá pra tapar a boca antes... isso quando não estão dormindo. Esse dia, digo, foi um dos mais difíceis, mesmo a vítima não apresentando resistência alguma. Fui com meus passos leves, experientes, e avancei pela casa. Repito, um silêncio terrível. Dava-se para ouvir apenas meus, por incrível que pareça, próprios sons. Haviam me pagado dez mil... Vejam a surpresa que tive: localizei o quarto, este iluminado por uma vela, e lá encontrei uma senhora, cabelos branquíssimos, sentada, rezando distraída...