Era uma vez um barquinho...
Em uma tarde dourada, enquanto o vento soprava como se assobiasse um sambinha bom, um barquinho, que parecia perdido, a cada acorde que ecoava pelo espaço, se lançava mar adentro e ia mais e mais distante, abraçando a aventura de batucar nas águas de um azul cada vez mais noturno, em direção ao horizonte, onde parecia terminar aquele oceano imenso. E a cada instante, o cais ia ficando menor para aquela embarcação que seguia rumo ao seu destino de surpresas.
Talvez, em sua distração ou teimosia, se entregasse às rochas de forma intrépida, quase embriagado pela beleza daquela cena que se construía, como que por intuição, assim como o poeta constrói o seu samba-canção.
"Mas pra fazer um samba com beleza
É preciso um bocado de tristeza
É preciso um bocado de tristeza
Senão, não se faz um samba não" (Vinícius de Moraes - Samba da Benção)