AS AVENTURAS DE VÔ VENTURA — A corrida do poeta

 

Vô Ventura passou a vida escrevendo poesia para as musas reais e as inventadas. Começou escrever aos quinze anos, depois de seu primeiro beijo na boca. Nunca mais teve notícias daquela garota, cujo nome nem lembra. Todos os sábados a encontrava na praça da igreja e caminhavam de mãos dadas. Morador da periferia da cidade, seu romance não era bem-visto pela aristocrática família dela. Lugar-comum dos chavões. Ele deve ter guardado todos seus poemas em uma gaveta. Um dia, sua mãe arrumando seu armário os encontrou. Jogou na fogueira aquela papelada cheia de “baboseira”. O jovem Vô Ventura não se conteve, voltou a escrever. Tomou mais cuidado depois dessa perda. Agora ele está em uma corrida em desatino. Precisa transcrever seus poemas de amor, pois quer publicá-los antes de ficar gagá como vários de seus amigos.

 

Paulo Cezar S Ventura
Enviado por Paulo Cezar S Ventura em 09/02/2023
Código do texto: T7715608
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