ABISMO SEM FIM

Acordava sempre antes do dia. Quando o sol despontava no horizonte, o corpo já estava eufórico com os primeiros goles da manhã. Feirantes, barracas, frutas, comidas e muitos clientes conhecidos, ninguém lhe oferecia um pouquinho qualquer. Voltava para o boteco da esquina, ali tinha amigos assim como ele. E quando as pernas já não suportavam a quantidade de álcool no corpo, a calçada suja e cuspida, era o destino dos que não tinham como chegar. Até que um pé sobre suas costas, o empurrava pra lá e pra cá, e ele acordava com a visão desfocada e o coração afogado em sentimentos. Da feira, farinha de terceira!

Henrique Rodrigues Inhuma PI
Enviado por Henrique Rodrigues Inhuma PI em 07/01/2023
Reeditado em 07/01/2023
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