ABISMO SEM FIM
Acordava sempre antes do dia. Quando o sol despontava no horizonte, o corpo já estava eufórico com os primeiros goles da manhã. Feirantes, barracas, frutas, comidas e muitos clientes conhecidos, ninguém lhe oferecia um pouquinho qualquer. Voltava para o boteco da esquina, ali tinha amigos assim como ele. E quando as pernas já não suportavam a quantidade de álcool no corpo, a calçada suja e cuspida, era o destino dos que não tinham como chegar. Até que um pé sobre suas costas, o empurrava pra lá e pra cá, e ele acordava com a visão desfocada e o coração afogado em sentimentos. Da feira, farinha de terceira!