A DOR DE NÃO CEDER

Roberto conheceu Teresa por um desses súbitos acasos do destino, e se apaixonaram. Mas ambos eram casados. Ele, ciente do caminho pecaminoso que poderia trilhar, tentava fugir dela, porém Teresa não obedecia regras, buscava sua companhia nos momentos mais inesperados e transpirava seu charme sedutor.

A paixão recrudesceu, embora Roberto relutasse em ceder à tentação que se materializava no olhar daquela linda e jovem mulher tentadora. Seus fugidios encontros, pelo menos para ele, eram instantes inocentes e visavam somente descontrair, ele desfrutando da jovial alegria dela e se alegrando também, mas ela ampliando as garras de seus encantos.

Quando juntos, pareciam duas crianças descobrindo os horizontes da felicidade, o mundo novo do desconhecido, tão risonhos se mostravam. Neles, é óbvio, o sentimento do desejo gritava, deveras intenso nos dois, contudo refreado por Roberto. Ele não podia nem devia ceder. Porque suas convicções de fé lhe tolhavam o ímpeto.

No dia em que Roberto aniversariou, Teresa o presenteou com um livro e um cartão. Neste, ela escreveu: " Hoje é seu aniversário, você tem direito a tudo. Pode me pedir o que quiser!💓 " Ele leu, ela sorriu. Tomando as mãos dela nas suas, Roberto falou tristemente: "Eu não posso fazer isso, simplesmente não posso..."

Em casa, escondido no banheiro a pretexto de tomar banho, ele chorou como nunca havia chorado antes, encharcando a toalha colocada sobre o rosto para que não ouvissem seus soluços.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 19/06/2022
Reeditado em 19/06/2022
Código do texto: T7540869
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