COMO DAS SOMBRAS

A madrugada estava deserta quando Ronaldo saiu da festa e foi para casa andando. Não era muito perto, mas ele sempre fizera aquele caminho a pé e sozinho ao término de outras baladas. Também jamais encontrara alguém antes que não estivesse, ao mesmo tempo que ele, indo para algum lugar e a pé a menos de trezentos metros de seu caminho. Até aquele momento. O sujeito surgiu quase repentino, como das sombras. "Ei, cara!", gritou ele, "esperei por você tanto tempo e você não foi!" Parecia drogado, o que assustou Ronaldo, cujo passos se apressaram. Porém o desconhecido o seguia gritando insistente a mesma cantilena, e já se aproximava, talvez não houvesse escapatória fosse qual fosse a presepada pretendida por ele. Sentindo o coração acelerado, apavorado, Ronaldo se viu prestes a perder as esperanças de sair daquela enrascada inesperada. Foi quando, sem entender como mas dando graças aliviado, entrou em cena um guarda municipal, decerto alertado pela gritaria do indivíduo exaltado. "O que está acontecendo?", perguntou. Ronaldo suspirou, o homem intimidador calou-se e parou, aquilo não estava nos seus planos. "Nada não seu guarda, eu me enganei, desculpe." Deu meia volta e desapareceu nas sombras de onde surgira.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 13/06/2022
Reeditado em 13/06/2022
Código do texto: T7537029
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