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Elena não é uma moça linda, não tem rosto perfeito nem corpo desenhado, é gordinha, desde criança esteve acima do peso. Coisa que nunca a incomodou, do seu jeito era feliz. Assim levava a sua vida. Namorados, não tinha. Quem iria quer namorar a feia, ela servia para ser amiga, confidente, ouvir os lamentos sofridos pela rejeição das moças bem apessoadas da escola depois do trabalho. Por falar em trabalho, certo dia no refeitório da empresa quando todos os funcionários estavam lá para almoçar um colega sai da mesa que estava sentando indo até à mesa que ela estava, para em sua frente diz.
- Elena, penso que você não tem espelho em sua casa para não se ver nele, para não viver chorando, porque é feia de doer. Tanto é que se feiúra doesse vivia gritando de dor.
Fez-se silêncio no refeitório, Elena estava levando o garfo com comida a boca, parou com ele no ar, olhou para ele, ficou calada por mais uns minutos examinando-o atentamente recolocou o garfo no prato para somente responder dizendo,
- Seu nome é Sandro certo?
- Certo!
- Então Sandro! É o seguinte,
Apontado com o dedo indicador para o alto.
- O meu pai Celeste criador de todas as coisas, de toda humanidade, me fez exatamente na medida certa Dele, me fez com a beleza que pensava que eu deveria nascer e ter, sou muito grata a Ele por ser exatamente na medida certa que Ele sonhou para mim, sabe por quê?
Ele gaguejando diz,
- Por quê?
- Por saber que eu seria grata, feliz por ser exatamente como sou, tanto é que nunca pensei em fazer nenhum tipo procedimento estético, como não me preocupo se as pessoas são feias ou bonitas porque elas são a perfeição de Deus.
Voltou a almoçar tranquilamente. Ele! Saiu cabisbaixo, sem graça pensou que iria abafar com o fizera. Na empresa sempre foi aparecido. Só não esperava pela reposta que levou. Levou uma vaia dos colegas ainda os ouvindo eles gritando,
- Tomou papudo!
Um ano se passou, a moça feia estava em frente ao espelho se arrumando quando se recordou do acontecido. Dia esse que mudaria o rumo da sua história, estava se arrumando para o seu amado, estava se casando com o homem simplesmente maravilhoso, um colega de trabalho que se encontrava no refeitório naquele dia, vendo nela toda a beleza, suavidade que sempre procuraram em uma mulher.
Lucimar Alves