Eu apago velas no mundo dos ratos
Pela primeira vez abandonei o marido aos cuidados de estranhos, contudo era necessário e seria por pouco tempo. E assim levaram-no rapidamente para os corredores até o crematório.
Durante a espera dos trâmites burocráticos, pude imaginar o corpo desaparecer, assando naquele forno gigante... e o medo do fogo me angustiou. Foram duas horas e tudo acabou. Enfim, cremado!
Caminhei sem destino pelas ruas, segurando nas mãos uma caixinha preta com as cinzas. Eu tento entender a vida e a morte, os anjos e os demônios, mas as horas passam e as velas sempre se apagam.