Quase cedeu...

Jurando estar segura dos próprios pensamentos, respirou aliviada em seu quarto - que fizera questão de trancar a porta. Deitou-se como quem luta contra o cansaço e vê apenas a cama como saída deste confronto; não era cansaço físico. Enfiou o rosto na macia almofada e soltou gritos abafados de quem não aguenta a dor. Sabia que caso saísse - ou abrisse a porta - viria não só a origem desta agonia, como também se juntaria a ela a sua consequência - e talvez não tivesse forças para fugir, ainda mais encurralada...

Lembrou-se da cena deplorável que protagonizou há pouco...

Quase cedeu...

Seria uma facada à alma.

Trairia não só os valores...

Uma vergonhosa lástima!

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 21/08/2021
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