microconto

... É tarde, a lua já vai alta. Sozinho em meu quarto, acolho o grande presente que a insônia me oferece: a lucidez. Dirijo-me a escrivaninha e encaixo a pena na caneta. Mergulho a pena na tinta e então hesito apenas por um instante. Um tremor me atravessa as entranhas. Marcar o papel é um ato decisivo. Em pequenas letras desajeitadas, escrevo: Estou envelhecendo.

Ramires karamázov
Enviado por Ramires karamázov em 31/05/2021
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