microconto
... É tarde, a lua já vai alta. Sozinho em meu quarto, acolho o grande presente que a insônia me oferece: a lucidez. Dirijo-me a escrivaninha e encaixo a pena na caneta. Mergulho a pena na tinta e então hesito apenas por um instante. Um tremor me atravessa as entranhas. Marcar o papel é um ato decisivo. Em pequenas letras desajeitadas, escrevo: Estou envelhecendo.