Vazio
Andou por vários lugares, em muitos deles, conheceu pessoas. Em outros, muita gente, nunca se apegou a nada como também em ninguém o buraco negro que trazia no peito nunca permitiu. Sentando em um banco qualquer da vida, chora por si, por sua amarga vida, ao levantar os olhos vislumbra o mar, levanta, sem pensar se atira nele, deixando as ondas o levar para ver se a dor do peito alivia. No outro dia um corpo é achado na praia. Todos ficam assustados porque ninguém viu ou notou alguém se afogando, um dos curiosos diz, “tudo que o mar leva não sendo ou fazendo parte dele, devolve.” A prova de tudo foi o corpo sem vida estendido na areia da praia com o mar tranquilo, sereno batendo nele como se tivesse acariciando-o, dizendo dei-lhe a paz que tanto procurou. Fim da linha para sua dor e tormenta. O vazio acabou.
Lucimar Alves