DIA DE JÚBILO
Um dia cinzento e frio em mais um dia de júbilo geral - como fora estabelecido pelos governantes há várias décadas atrás e mantida pelos mesmos até hoje. Pois bem, ao que parece o prestígio decaiu tanto que o "momento de júbilo" parece mais de luto. Pelo menos para as pessoas. Eu disse pes-so-as, não a vaca gorda e deleitosa do luxo e os bezerrinhos que a mamam.
Um outro momento interessante dessa grande presepada, digo, festa de gala, é o tal desfile patriótico. Primeiro se vão os soldados - esses, coitados, tão magrinhos quanto o povo -, marcham no frio e carregando todo aquele equipamento pesado e mantendo pose para agradar os graúdos que batem continência estáticos e tranquilos na sombra e no conforto. Logo atrás vêm os civis. Se estivessem todos com a mesma roupa ninguém saberia diferenciar: só o couro e o osso.
Dessa vez foram poucos, não que antes o número tenha sido grande, mas é que uniu-se a morte ao despertar lento e à tristeza. Serão esses três os pilares para o abrir deste céu fechado. Se não ocorrer isso eu presumo não ter mais ninguém para "comemorar" este dia além dos generais e chefes.