Brunhilda

Eu estava bem triste, tinha acabado de trocar de plantão no hospital, estava trabalhando à noite e fui para o dia, uma diferença de duzentos reais no pagamento e ela estava lá.

No começo eu não dei muita importância. Uma mulher de 34 anos, tinha namorado, tinha um belo sorriso, um corpo legal. Me perguntaram “Danilo, qual o profissional que está mais presente na sua vida”, papo furado que a gente inventa pra suportar o trabalho. “Engenheiro de alimentos”, respondi. Ela riu e perguntou o porquê. Aquele sorriso ainda está gravado na minha memória, junto com todos os outros que ela me deu. “Por que é ele que faz minha salsicha”, achei que fazia sentido mas ela adorou aquilo, como se fosse algo diferente, único, mas eu não era, talvez ainda não seja.