Imaginando
Nos seus braços, ela estava feliz, segura.
Pela pista de dança, ele a conduzia com tamanho cuidado, que parecia que a sua vida dependia disso.
Ela estava linda. Sua pele branca contrastava com os seus lábios, pintados de vermelho pelo batom. Estava perfumada, como uma doce rosa.
Mas, mesmo assim, ele queria outra. E, ao lembrar isso, não se sentiu tão realizada. Agora era, apenas, um troféu de consolação.
Notando que a música iria acabar, Helena, gentilmente, pousou sua cabeça nos ombros dele e, baixinho, disse:
— Se eu não posso ter, fico imaginando.