SEMENTES

Das mãos entreabertas, caíam as sementes no solo, vagarosamente espalhando-se em uma longa e fina fileira. Muitas caíam sobre as pedras que ladeavam o passeio, e outras, seriam levadas pelo vento ou pelos bicos dos pássaros e replantadas em lugares inimagináveis. Algumas - a minoria - germinaria, e outras não. Mesmo entre as que germinassem, nem todas cresceriam e se tornariam plantas adultas. Das que se tornassem plantas adultas, algumas não sobreviveriam, sendo dizimadas por raios, secas, tempestades ou pelos machados e motosserras dos homens. 
 
Eu observava as sementes que caíam daquelas mãos, enquanto soprava uma prece silenciosa a Deus, para que as protegesse, mesmo sabendo que nem todas as preces seriam atendidas. 


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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 02/01/2019
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