DA RAIVA E AFINS

Ainda lidava mal quando alguém o ofendia.

Transformava-se num cão com dentes pontiagudos à mostra. Narinas dilatadas. Olhos avermelhados.

Até sua mente assumir o controle e tangenciar a raiva. Aplicar um curativo na pele exposta.

No entanto, este ódio escorria por dentro. E ia contaminando, pouco a pouco, suas horas vadias.

Um dia ele mordeu a si próprio. E sentiu toda a potência de seu veneno.

Ricardo Mainieri
Enviado por Ricardo Mainieri em 07/05/2018
Reeditado em 07/05/2018
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