ANA TEREZA
No princípio havia Ana e bastava. Ana era o tipo de mulher fascinante mesmo sem muita beleza. Era o centro do riso e do encanto alheio. Certa feita apareceu nas cercanias da vila uma tal de Tereza. Nem bela, nem feia, se encantou por Ana. Ficaram amigas. Logo o povo começou a dizer: _ Olhe, Tereza imita Ana! E não é que era verdade! Do jeito de falar, ao fazer e andar. Tereza era a cópia de Ana que era Original. Aquilo deu em riso, deu galhofa, deu o que falar. Deu medo também. Mas, Ana era despreocupada, nem notava o esgueiro no jeito Tereza olhar. O amante de Ana dizia " Tome reparo em Tereza que essa não lhe quer bem." Até a benzedeira aspergiu água benta em seu patuá. Foram as duas para Paris, o sonho de Ana realizar. E numa noite de neblina, na beira do rio Sena puseram a suspirar. Ana querendo ser o rio e Tereza querendo ser Ana. E por um descuido ou maldade, Tereza esbarrou em Ana que no fundo do rio foi morar. Nunca mais Tereza voltou à vila e Ana Tereza passou a assinar.