Margaridas
No parapeito da janela o singelo vaso com margaridas. Admirava-as, envolvia-se na inocência e sensibilidade que marejavam. É flor que se adapta a qualquer solo, existe há mais de mil anos — nada frágil...
Margarida veio da cozinha. Passos pesados. Faces amarelas. Ajeitou o avental no corpo informe e vociferou:
— Anda, que ainda é tempo!
Ele sorriu-lhe o mesmo sorriso largo do sem-tempo. Olhou novamente para as flores e fez com as mãos:
— Vamos partir para outra.