Margaridas
 
          No parapeito da janela o singelo vaso com margaridas. Admirava-as, envolvia-se na inocência e sensibilidade que marejavam. É flor que se adapta a qualquer solo, existe há mais de mil anos — nada frágil...

           Margarida veio da cozinha. Passos pesados. Faces amarelas. Ajeitou o avental no corpo informe e vociferou:

            — Anda, que ainda é tempo!

            Ele sorriu-lhe o mesmo sorriso largo do sem-tempo. Olhou novamente para as flores e fez com as mãos:

               — Vamos partir para outra.


Fheluany Nogueira
Enviado por Fheluany Nogueira em 20/09/2017
Código do texto: T6119963
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