Alegoria de um cotidiano efêmero
Na avenida central, uma bexiga vermelha se desloca pela calçada, em meio à passos apressados que a enxotam. Ela percorre toda a avenida destoando o cenário cinza-urbano, por vezes se intromete no trânsito dos veículos, outras vezes, passeia entre os pedestres, mas nunca atravessa o olhar atento de alguém. Não houve uma figura para questionar sua origem, teria vindo das mãos frouxas de uma criança? Teria se soltado de um arco decorativo? Ou talvez um sujeito esteja despejando bexigas por aí. – Não, ninguém se importou. E quando a bexiga viajou para baixo de um carro que a fez estourar em um som abafado pelo ambiente barulhento, não houve alguém que notasse. POC!