Faça o que sente, sem culpa...
...ele com doze anos atravessava a cidade
andando uns dois quilômetros até a casa de
seus avós, para uma breve visita.
- "Bença" vó ! Deus te abençoe meu filho, respondia
sua vó com um sorriso. - Seu vô está no celeiro como
sempre, vai conversar com ele e na volta venha comer
uma empanada.
No pequeno quintal seu avô tinha um celeiro, onde
ele mesmo construia gaiolas de madeiras para sua
criação discreta de galinhas e frangos caipiras.
Moldava artesanalmente pedaços de madeiras macias,
montando gaiolas uma em cima da outra parecendo
apartamentos em prédios para os galináceos.
Ele gostava de ver seu avô em atividades, já em idade
avançada, ouvia com atenção suas histórias de vida,
em outras ocasiões o silêncio bastava.
- "Bença" vô! Até logo!. - Deus te abençoe meu filho,
respondia o avô estendendo sua mão para que ele a
beijasse, como era o costume, fazendo o mesmo com a
sua avó e levando consigo uma fatia de empanada que
ia comendo de volta a sua casa.
Ninguém pedia ou obrigava sua ida a casa de seus avós,
era uma decisão própria, quando sentia necessidade!
- Mãe vou até a casa vô, já volto...
Isso faz muito tempo e hoje como é?