Santa Fé
 
 
      Iara me comprimiu com dois agudos seios, e me dizia que não visitasse mais Santa Fé. Suas palavras me transportavam até o alpendre da fazenda. Mas, elásticos, acompanhavam-me os seios, a voz brotava deles em sussurrantes profecias:

        — Você ficará para sempre aqui...

        Cercado de flores vermelhas, para sempre, balançado pelas brisas nas redes...

      — Você amará a filha do dono da fazenda, de longos cabelos, de olhar de madona, de porte real.




      As profecias eram censuras, os seios se encolhiam, eu preso neles, embevecido. A casa se tornava estranho apêndice branco no ventre da montanha.



 
Fheluany Nogueira
Enviado por Fheluany Nogueira em 26/01/2017
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