Fitaram-se em silêncio.
Como o barro espera a ação do oleiro, para ser transformado em vaso novo, as palavras suplicam que um aventureiro venha libertá-las da prisão dos dicionários ou do abismo da oralidade, que tende a desaparecer na escuridão do tempo. Mas é preciso não temer, agarrar a sombra, perseguir o vento, levantar a aurora no bico do galo, ou na algazarra da passarada.
— Isso é verdade, a sabedoria vem daqueles que têm o hábito de ler e escrever. O mudo não fala, porque nunca ouviu a voz humana. Do mesmo modo, quem não conversar com os livros é tão mudo e cego, quanto aquele que não ouve, não fala, nem vê.
***
Adalberto Lima - fragmento de Estrada sem fim...
Como o barro espera a ação do oleiro, para ser transformado em vaso novo, as palavras suplicam que um aventureiro venha libertá-las da prisão dos dicionários ou do abismo da oralidade, que tende a desaparecer na escuridão do tempo. Mas é preciso não temer, agarrar a sombra, perseguir o vento, levantar a aurora no bico do galo, ou na algazarra da passarada.
— Isso é verdade, a sabedoria vem daqueles que têm o hábito de ler e escrever. O mudo não fala, porque nunca ouviu a voz humana. Do mesmo modo, quem não conversar com os livros é tão mudo e cego, quanto aquele que não ouve, não fala, nem vê.
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Adalberto Lima - fragmento de Estrada sem fim...