BURACO ROBÓTICO

Os sons fluiam por todos os lados: gritos, gemidos, sabiás estrangulados.

Pela calçada seguiam todos em fila única, blindados pelas telas luminosas, narcotizados pelas redes, sem se aperceberem da chorosa primavera ali ao lado.

Uma buzina soou, os advertindo mais uma vez, e mais uma vez ninguém a ouviu.

Seguiam pela robótica dum "crash", desconstrução de seus mundos interiores enredados.

De repente, cairam todos juntos no buraco imperceptivel, submergidos em fundo falso, ainda assim, sorrindo dos memes da vida, robôs protagonistas do próprio crepúsculo humano da era digital.

E todo o invisível mundo logo estaria dominado.