A MOÇA FRÁGIL
Ela tinha um ar tão delicado, um jeitinho servil. A voz, um sopro, tímida brisa. O corpo magro, franzino, parecia correndo o risco de se quebrar a qualquer momento, feito um frágil bibelô.
E, de repente, descobri em mim a necessidade de cuidar daquela moça, protegê-la, guardá-la dos males desse mundo. Com todo o empenho. Com todo amor que ainda me restava.
Que ingênuo eu fui! Pois, nos primeiros golpes da vida, fui eu o primeiro a tombar. E ela, com uma força desconhecida, carregou minha alma pesada no colo, tratou de cada chaga do meu coração e pôs-me de pé novamente.