O CHEIRO DA MORTE
Mesmo solteirona, passava perfume antes de dormir, toda noite. Motivo: se morresse durante o sono, como defunta passaria boa impressão. Morava numa rua quase deserta. Os poucos vizinhos, por ocasião do Carnaval, haviam viajado para a Região dos Lagos. Entretida com os desfiles das escolas de samba, justamente naquela noite, adormeceu sem borrifar a sua fragrância da morte.
Seu corpo foi achado três dias depois, na Quarta-Feira de Cinzas, graças ao cheiro nada agradável que vinha de seu quarto.