O CÉREBRO E O GIGANTE

O CÉREBRO E O GIGANTE

Um “cérebro doentio” necessitava de um corpo forte, saudável, que substituisse o anterior tão limitado, já tão desgastado e enfraquecido pela exploração física a que era submetido há muito tempo. Finalmente encontrou um, gigante, forte, rico em atributos e atrativos. Preparou-se para conectar-se físicamente a esse corpo, durante um longo período. Treinou servos, convenceu apóstatas e os enviou para preparar a sua chegada triunfal. Tudo estava perfeito! O gigante em questão parecia adormecido e deixou-se admoestar, inerte, até que foi acometido de várias sensações desagradáveis, como: fome, sede, insegurança, vergonha, alienação, engodo, sujeira e mais um sem número de “males”, que o fizeram despertar.

Não só recusou o “cérebro doentio” como resolveu tomar um belo e demorado banho, livrando-se dos andrajos que lhe vestiam, revolvendo e removendo o lodo que lhe impregnaram por um bom tempo. Se conseguiu eu não sei, mas asseguro que continuou tentando.

Fátima Almeida

13/04/16

Fátima Almeida
Enviado por Fátima Almeida em 13/04/2016
Reeditado em 20/04/2016
Código do texto: T5603926
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