M./ V.
Uma tristeza profunda vinca o rosto de M. enquanto desce a escada do decadente palacete rumo ao térreo. V. está ali para aguardá-la. As crises epiléticas deixam-no prostrado, embora mantenha no rosto uma falsa serenidade. Estende com delicadeza a mão esquálida para M apanhá-la num gesto teatral tão dela. A escuridão atenua a tristeza do mundo lá de fora.
As gárgulas (assustadoras), oráculos que nada leem, ao menos sustêm a curiosidade alheia, mesmo que à custa de fomentarem lendas. Sempre haverá alguém disposto a jurar, numa conversa qualquer, ver moradores (monstros voadores) que saem para a noite batendo imensas asas.
Com certeza para a prática de sortilégios inconfessáveis.