VIAGEM

Quando eu era criança encontrei-me com a morte. Ela vestiu-se de homem do campo, roupa limpa, calça preta, camisa branca e usava chapéu. Parecia ter uns 40 anos e me pegou pela mão e me levou a passear pelo azul infinito.

Para onde fomos eu nunca soube. Isto ficou para a minha memória pós-morte quando eu perder a consciência nesta vida. Certamente eu não poderia ter consciência de que no outro mundo é muito melhor.

Passados quase sessenta anos eu penso quando será que ela irá voltar? Sim. Um dia ela vem buscar cada um de nós. No entanto penso: será que ela envelheceu? Será que mandará o mesmo emissário? Ou virá alguém mais moço? Será um homem ou uma mulher? O que ela tem a ver com gênero? Por que se veste de homem ou mulher?

Coisas da minha cabeça, certamente.

Com dores, espero aliviado o dia que ela venha pegar e minhas mãos e me levar de volta para o lugar onde, definitivamente eu nunca deveria ter saído.

Que viagem!!!!

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14.12.15

MÁRIO FEIJÓ
Enviado por MÁRIO FEIJÓ em 14/12/2015
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