Síndrome de Estocolmo

Foram semanas de sofrimento desde o sequestro de sua esposa. Nunca telefonaram pedindo qualquer dinheiro em resgate. Desde então acostumou-se com os amigos e familiares dizendo-lhe palavras de consolo e coragem. Durante o dia chorava essa mentira diante das pessoas, essa tristeza por um rapto que nunca existiu. Durante a noite chorava a raiva e a dor escura e fria do rancor. Torturava-se lendo a carta que ela escreveu antes de partir com um outro homem. Somente ele sabia da existência daquelas palavras escritas a lápis numa folha de caderno deixada em cima da mesa, desejando-lhe felicidade e dizendo que não poderia mais viver enganando a si mesma.

daniel mafra
Enviado por daniel mafra em 09/05/2015
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