CIDADE OCULTA
O metrô parou no meio de um túnel da linha que era coloridinha no mapa da estação. Ali, não. Predominava um escuro que dificultava a caminhada pela lateral estreita. Tocou a parede para sentir a umidade. Pensou ouvir guincho de um roedor. Odiava ratos. Procurou manter-se na fila indiana de carneiros em busca de luz. O medo tornava o ar sufocante. Sentiu alguém desequilibrar-se atrás. Barulho de queda. Estendeu a mão na penumbra e segurou dedos que lhe pareceram delicados. Ouviu um “obrigada!” Continuaram silenciosamente, ansiando pela plataforma iluminada.