TRATO É TRATO
Trato é trato. Quando emprestei-lhe meu livro mágico, fui claro quanto ao prazo de devolução: sete anos. Não mais e nem menos. Fui cobrar-lhe a devolução. Folheei-o atentamente. O tolo imaginava poder me ludibriar. Faltavam as duas páginas que sempre me foram essenciais. Atirei o safado contra a parede. Surpreso, tentou argumentar com alguma bobagem que eu nem quis ouvir. Apertei-lhe a garganta. Seu rosto adquiriu tons violáceos e foi ficando congestionado. Aliviei a pressão. Arranquei do bolso de seu blazer as folhas surrupiadas. Enfiei-as naquela boca com a força que minha ira pedia. Apertei mais a garganta até que espirasse. Apanhei então o exemplar e saí dali para imprimir duas páginas antes do próximo empréstimo.