SUICÍDIO
“Há inúmeras maneiras de encarar o mundo, de enfrentá-lo, de suportar ou nãos as agruras que ele nos impõe. Não quero rever minhas idiossincrasias e nem tampouco chorar arrependimentos. Mas que ele, mundo, não me merece, disto tenho certeza. Então, adeus mundo!”
O enfermeiro entrou, olhou em volta. Não mostrou espanto algum. Apenas acionou a campainha de emergência e, enquanto aguardava os outros da equipe, entendeu rapidamente a lógica insana: o “interno” transformou um mero clipe numa arma assassina. Primeiro, cravou-o num globo terrestre de plástico que solicitara ao diretor do lugar; em seguida, cravou-o na jugular, tomando cuidado para posicionar-se de tal modo que o sangue escorresse para o vaso sanitário que havia rente ao chão. Fora um filósofo em sua morte, pensou.