DUELO DE ESTAMPIDOS

Cultivava um sombrio desejo pelo imponderável. Achava ser charme e que aquilo me transformava num aventureiro sempre buscando o desconhecido. Essas idiotices, tal como achar que o bigode de Dali fosse a fonte de sua criatividade. Se a merda toda das cretinices em que me metia explodisse, a tampa do meu vaso transbordaria uma pirâmide de vezes. “Conte até três”, disse um dos diabinhos dos meus ombros. Olhei para os alvos: TRÊS. Escolhi matar o cara do meio primeiro. Recebi de volta duas cargas de chumbo dos que o ladeavam.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 25/11/2013
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