TRAVE DE MADEIRA

Sempre repete que esteve no Maracanã na fatídica final da Copa de 50. A atormentar-lhe o que resta de memória, um ponta direita uruguaio arrancando em velocidade rumo ao gol e num chute rasteiro vencendo o goleiro brasileiro, decretado culpado e só absolvido pela morte. Cofia o bigode amarronzado pelo acúmulo de nicotina e observa o velho cachimbo, inseparável companheiro de lembranças enevoadas daquele dia longínquo.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 25/06/2013
Reeditado em 26/06/2013
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