TRAVE DE MADEIRA
Sempre repete que esteve no Maracanã na fatídica final da Copa de 50. A atormentar-lhe o que resta de memória, um ponta direita uruguaio arrancando em velocidade rumo ao gol e num chute rasteiro vencendo o goleiro brasileiro, decretado culpado e só absolvido pela morte. Cofia o bigode amarronzado pelo acúmulo de nicotina e observa o velho cachimbo, inseparável companheiro de lembranças enevoadas daquele dia longínquo.