O trem para Pindorama

Mais uma olhada no espelho. Ajeito a camiseta branca, um batonzinho básico e meu perfume favorito. Como diz minha irmã - "me sinto nua quando saio sem um perfume". Calço o par de tenis, não gosto, mas talvez precise andar bastante e saio em direção à rua. Vou para a estação. Não quero perder esse trem.

Me questionam se esse trem tem alguma finalidade, se tem uma parada final.

Me perguntam por que não o peguei antes.

Para todos respondo que não sei, mas fazer alguma coisa é melhor que não fazer nada e ficar só reclamando.

E por que agora? Em toda a história da humanidade sempre houve um mote, um gatilho, muitas vezes parecendo insignificante para que as pessoas se unissem.

E precisa de um por quê?

Por acaso anda satisfeito com os seus direitos? Porque deveres eu tenho aos montes.

É claro que existem os marginais arruaceiros, mas eles não me representam, e eu já vi esses tipos deturpando a lei e a ordem, tentando ilegitimar boas intenções em outros lugares...sempre existiram, não sabiam?

E por fim, é um trem democrático. DEMOCRÁTICO. Não apenas para quem ganha bolsa-alguma coisa, ou vive em comunidade carente.

É para todos.

De qualquer modo vai quem quer. E eu não quero perder esse trem. Apenas para ver as pessoas saírem da inércia já é lucro.

Talvez ele não chegue à estação e pare em Pasárgada...mas todos sonham chegar em Pindorama. Onde o verde é mais verde, e onde a prioridade do ouro vai para a educação, saúde e segurança da população.

lilla wood
Enviado por lilla wood em 18/06/2013
Reeditado em 23/06/2013
Código do texto: T4347357
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