MÁQUINA DO TEMPO

Nutriu de sonhos uma paixão que sabia impossível ou que assim imaginava ser. Sorvia, amofinado, a irritação diante daquela impossibilidade. Ou do que assim imaginava ser. Roeu a própria solidão com a avidez necessária para decidir o que faria.

Platônico, reuniu os poucos pertences na mochila inseparável. No guichê rodoviário solicitou uma passagem.

Voltaria a vagar por ruinhas poeirentas, mas conhecidas.

Cleo Ferreira
Enviado por Cleo Ferreira em 13/06/2012
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