ANDEJO
De nada riso, nem fala, à rigor cabisbaixo e maltrapilho.
Vagueia pelas ruelas de Capim Verde.
Olhos fundos, profundos... Vagos... Imprópios.
Duas ferramentas primitivas reviradora de sobras alheias, estão continuamente à cata.
Os pés lembram cascos revestidos de limbo e ferrugem, dois pedaços desproporcionais de barro andante.
Boca remelenta, tirana!
Cambaleante, se refastela no único banco da praça.
À frente, a Casa de DEUS, ao lado a Prefeitura cinza.
O lixo fétido ao derredor, causa asco nos capim verdenses.
PUDERA!!
O bolo fecal atraem moscas varejeiras.
Os abutres miram à distância... Odor de mijo seco os atraem.
Alguma carola sentimentalista lhe joga nacos de ossos revestidos de pelancas; a roedura sempre barulhenta... Chiada, nojenta aos passantes
ANDEJO SEGUE RUMO
Morre afogado?
Talvez cobra?
Reaparece, o esmoleiro, quicá piolhento.
Mais um ano ele retorna, se instala no mesmo local.
Os moradores repugnam, se fecham.
As formigas operárias se banqueteiam.
Época das migalhas, a coleta seletivas às proverá, nas profundezas da terra.
O INVERNO RIGOROSO SE APROXIMA.