Curta estória do curso de História
Ela o seguia por trás de cristais e pelo tablado; ele explicava tempos e lugares e fatos, causas, consequências...
Ele a olhava e emudecia (pois que lhe era impossível vê-la e não calar), e quase doía olhá-la, como doeria explicar o futuro.
Ela baixava os olhos, remexia a bolsa, limpava as finas lentes, fingia copiar... e aquietava-se na cadeira dura, de prancha à esquerda; com vagar, rodava e rodava a aliança no anular.
E ele falava de épocas, espaços, casos, circunstâncias e hábitos.
Ela seguiu o calendário acadêmico, trancou a disciplina e transferiu-se para o curso de Direito; era destra, mas isso não era relevante.