Twingo with Stars

Era sábado a tarde. Sai de casa às 5 pra chegar a tempo. Estava no meu carro minúsculo, eu e meu mapa todo dobrado. Segurava a lanterna com a boca, dirigia, cantava Road Trippin e tentava desembaçar o vidro com uma flanela laranja que comprei em um posto na estrada… A chuva estava forte. E eu estava vestida de mulher maravilha. A festa a fantasia começava às 22, e eu ainda tinha que pegar o Diogo.

Quando parei em um posto pra colocar gasolina, fui até a loja de conveniência buscar uma fanta uva. Todos me olhavam torto, mas não liguei, paguei a caixa com um dente de ouro que eu tinha. Não sou tão estranha ao ponto de usar dinheiro.

Cheguei em frente do prédio dele, buzinei duas vezes e ele apareceu. Vestido de Astronauta. Ele entrou no carro falando freneticamente que não iríamos a festa, e sim pra um lugar que ele queria me mostrar. Disse para eu virar a direita e fazer o que ele falava.

Chegamos em um campo aberto, muito aberto, onde de um lado, não havia sinal de luzes da cidade, e o céu estava muito, mas muito estrelado.

Ele me explicou que uma festa a fantasia acontece sempre, mas que em cada noite, estrelas diferentes estão mais visíveis, e que nunca uma noite estrelada é igual a outra.

Ali estávamos nós, um astronauta e a mulher maravilha, deitados no teto do carro, olhando as estrelas e comendo amandita.

Eu ainda não dormi
Enviado por Eu ainda não dormi em 09/10/2011
Reeditado em 29/03/2013
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