NÁCARES DO AMOR
O mergulho é profundo. Depara-se com jóia rara, que recolhe e leva à tona; maravilha-se, crendo-a a insígnia de seus desejos. Diviniza-a. Tendo-a no côncavo de sua mão, percebe que nela uma lágrima escorre. Sensibilizado, reemerge e a reconduz à concha que gestou sua origem. Por uns minutos, detém-se para a derradeira mirada. Escassea-lhe o fôlego. Inepto para regressar à superfície, vencido pela fadiga, próximo a sua pérola permanece nas profundezas do mar. Hoje, é coral.