IDA sEm VOLTA
Trazia fixo o pensamento de reeditar o passado. No local, onde o enredo teve início, revivia a emoção e o simbolismo despertados no gesto de saciar a fome palpável com a fruta de sabor tropical que ofereceu e a ânsia com que as mãos a tomaram, sob as copas das árvores dos jardins laterais na alameda principal. Retraçou, com passos, itinerários tantas vezes percorridos; acompanhavam-lhe as lembranças. Dirigiu-se, então, ao alvo que mente e coração vivamente almejavam ... A luz, do outro lado da janela, via-se fosca por entre as cortinas; seria este um presságio? Tocou à porta ... Caiu de dó, em si, com a resposta que lhe soou do interior do imóvel, quase como um réquiem. À imagem da banana, da qual recordou-se no ponto de partida, sentiu-se a casca: descerrado, descartado. Refez o caminho de volta com a sensação de ter escorregado em sua própria sorte, tendo os planos borrados e sua história assim concluída ... sem fim.