Contando Ninguém Acredita

*** Na cidade pequena e interiorana, não se falava em outra coisa. Pudera! Em nenhuma outra ocasião, havia sido necessário o uso de dois caixões para enterrar um só e mesmo defunto. Pois lá estava seu Manoel com o corpo em uma das urnas e a língua gigantesca em outra. Há quem jure de pé junto que o músculo bem treinado ainda tentou abrir a tampa e libertar-se, grunhindo súplicas e palavrões antes de aceitar seu destino. ***