Como nos velhos tempos

... dessa vez a carta segue pelo correio

Foi um reencontro casual, Jonas não imaginava reencontrá-la numa agência de turismo.

Sua beleza sempre chamou minha atenção, sua pele, seu olhar, sua boca, o brilho de seus cabelos escuros. Ela estava ainda mais sensual. O dia frio a fizera vestir um casaco de lã vermelho, o que a deixava ainda mais charmosa.

Nessa época de outono as mulheres se vestem mais elegantemente, com botas de cano longo, casacos de lã, lenços ou cachecol envolvendo o pescoço... Elas ficam realmente lindas!

Especialmente Nanda com seu ar nada convencional, ela sempre me impressionou com a força de seu olhar e seu jeito seguro de dizer o que pensa. Essa mulher me atrai demais, e agora eu estava ali, bem na sua frente e sem saber o que conversar com ela. Incrível como ela consegue me deixar sem fala, como ela mexe comigo.

Eu nunca disse isso a ela. Talvez pareça bobagem, mas para um homem demonstrar insegurança é algo bem complicado, eu sei que é tolice, mas nossa natureza é assim, coisa do universo masculino.

Nanda mais descontraída do que eu, mais segura de si, veio ao meu encontro com o seu sorriso espontâneo, me beijou o rosto e me abraçou forte.

Eu, não pude controlar, e senti com toda a minha masculinidade, o seu corpo no meu. Senti o cheiro bom de sua pele, que sempre sobre saiu a frente da escolha do perfume. Ah! Mulher, até hoje depois de todos esses anos você me domina, mesmo sem saber!

Não me perguntem por que, mas dessa vez me deu vontade de escrever e contar para ela sobre a minha sensibilidade, sobre o que a sua presença me causa. O quanto eu me sinto provocado pela sua natureza feminina, e isso a gente sabe é coisa muito pessoal, a gente sente raramente por demais. Nem todo mundo consegue nos deixar assim, quase sem domínio dos próprios sentidos. Enfim, eu resolvi expressar de como eu me sinto diante dela. Dessa vez a carta segue pelo correio, como nos velhos tempos, com todo o rótulo de romantismo, que corajosamente, eu admito existir em mim.