MAL DAS MANGUEIRAS
 

Encontrei-o como um rei em um momento de irresponsabilidade. Sentado, num bar, tocando realejo num espetinho de carne de origem duvidosa. Umas três garrafas de cerveja em cima da mesa, duas já secas. Recebe-me com um abraço colocando seu braço em torno do meu pescoço como um torniquete, explodindo em meu ouvido a frase lapidar comum a todo etílico inveterado:
- Você é mermo que ser meu irmão!
Faço-lhe companhia e pergunto quais são as novas.
- Você não vai acreditar, diz, dando uma risada gostosa.
Sorvo um gole de cerveja e aguardo. Ele me fita, os olhos desandados, a língua, sem domínio, expulsa a novidade:
- Estou fazendo alongamento do pênis.
Sou educado, mas vazou cerveja pelos cantos da minha boca e um riso safado nadando, se esgoelando, tentando não morrer afogado. Afinal, meu amigo já beirava os setenta anos. Ele também gargalhou, mas, de bate-pronto, aplicou-me um explicativo corretivo com cheiro de beer.
- Meu amigo, estou com dificuldade em achá-lo quando vou ao banheiro... 

 
Sagüi
Enviado por Sagüi em 27/04/2011
Reeditado em 27/04/2011
Código do texto: T2934557
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.