SACRIFÍCIO

 
Insônico, solitário, vivo noite após noite, em meio aos estertores de noites parindo madrugadas. Em silêncio, assisto o sol nas manhãs exterminando as nascituras, executando-as ao fio da amarela espada. Desesperado, apelo para saraus. Agora, sado-masoquista, tomo porres homéricos rodeado por amantes angustiados como Cyrano de Bergerac, Honoré Balzac, Marquês de Sade, Conde de Monte de Cristo, Júlio Cesar, Castro Alves, bebendo suas narrativas épicas, estrambóticas, escalafobéticas, lucíferes desencarnados, amores execrados. As madrugadas continuam sacrificadas, em meio a urros, louvores, em oferenda a Afrodite. 

Sagüi
Enviado por Sagüi em 26/04/2011
Código do texto: T2931729
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