FRUTOS DO SILÊNCIO

O sol, o lago, o banco, o parque. Entardece. Mitra transforma o lago em placas de ouro, reluzentes. Ele e ela de branco, no banco, mãos desmancham-se em mímicas, desenham sonhos no éter. As mãos, silenciosas, pousam nos corpos, tateiam. Sol fica pálido, inocente espectador, desmaiando. Olhos, cúmplices, se fecham. Bocas, boquiabertas. Fundem-se os lábios. Sem palavras. No túnel morno, lúbrico, línguas viajam. Escambo do amor. A noite cobre-os com seu manto, alcoviteira.

Sagüi
Enviado por Sagüi em 30/03/2011
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